segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ABSURDO EM MT - Segurança afirma que apanhou e ficou preso por três meses por crime que não cometeu

Jando dos Santos Moraes tem 40 anos e está desempregado. Ele conta que foi preso por um crime que não cometeu e foi espancado por policiais no momento da detenção. Chegou a ficar três meses na cadeia acusado de participar de um assalto a um carro forte em Cuiabá e agora tenta provar sua inocência.

Ele foi apontado como membro da quadrilha que trocou tiros com a PM e roubou um carro forte no dia 22 de junho de 2011 e jura que não participou. “Eu não fiz nada, não roubei, sou pai de família, mas mesmo assim me espancaram e me prenderam sem eu ter participado do assalto”, afirma.

prisão aconteceu no mesmo dia do roubo. “Eu tinha chegado em casa com meu filho fazia uns 5 minutos. Ai chamaram ele para ir para a rua e eu falei para ele não ir, mas ele foi”, rememora. “Então eu fui seguindo ele para ver até onde ele iria. Chegando lá, eu fiquei olhando ele de longe, chegou uma viatura e não fez nada, ai chegou outra e já me mandou por a mão na cabeça e me prendeu. Fui algemado e jogado no camburão”, afirma.

Mas foi na delegacia, segundo ele, que ocorreu o “engano”. “Perguntaram qual era a minha profissão e eu disse que era segurança. Na hora, a tenente já falou para a imprensa que eu era segurança da Protege (empresa que teve o carro-forte roubado) e que dei apoio aos bandidos. Mas eu era, na verdade, segurança da Makro e não tinha nada a ver com o assalto”, diz.

Jando alega que na hora de confeccionar o boletim de ocorrência é que os policiais se deram conta que ele não era funcionário da empresa roubada. “Ai eles ficaram desesperados”, revela. Os policiais, no entanto, segundo Jando, não admitiram o erro e colocaram informações falsas no boletim de ocorrência para justificar sua prisão. 

“No dia 23 fui mandado direto para o [presídio] Pascoal Ramos e fiquei lá por três meses”, diz. “Minha esposa teve que vender a nossa casa para pagar um advogado e agora a gente vive de aluguel. Não consigo mais arrumar emprego, só alguns ‘bicos’ por ai. Só quero provar minha inocência e retomar minha vida”, completa.

Outro lado

A assessoria de imprensa da Polícia Militar afirmou que a instituição não pode se manifestar sobre um caso que sequer foi denunciado à Corregedoria. “Se não foi denunciado, a Polícia Militar não tem conhecimento”. 

Jando afirma que está esperando ser inocentado na Justiça para buscar seus direitos contra a Polícia Militar e contra os oficiais envolvidos diretamente na sua prisão. Moares diz que vai fazer a denúncia à Corregedoria da PM ainda nesta semana e que a decisão que prova sua inocência está prestes a sair. 

Álibi

“O assalto aconteceu de manhã e nessa hora eu estava no camelô trocando meu monitor do computador com meu filho, não tinha como eu ter participado. Eu até apresentei a nota para os policiais mas eles rasgaram”, denuncia.

“Eu também tinha vendido uma moto para pagar tratamento de um dos meu filhos e estava com o dinheiro no bolso na hora da prisão. O dinheiro foi apreendido, mas o laudo mostrou que não era o mesmo dinheiro que havia sido roubado no assalto”, completa.

Todas as matérias jornalísticas produzidas no dia da prisão revelam a detenção de um segurança da Protege, segundo informou a Polícia Militar na ocasião. “Está lá em todos os sites e em todos os jornais o erro deles e eu não sou e nem nunca fui segurança da Protege, é só checar que vocês vão ver”.

“Eles dizem também no boletim de ocorrência que eu bebo e uso drogas. É mentira. Eu sou evangélico, nunca usei nada disso, mas se duvidam, eu estou aqui disposto a fazer um exame para provar".

olhar5direto

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