sábado, 31 de março de 2012

GÂIO - PM diz que matou mulher e primo "em legítima defesa"



Apontado como autor da morte da esposa e de um primo, o policial militar Fernando Bezerra Júnior, de 25 anos, se entregou à Polícia Civil, na noite de sexta-feira (30). A apresentação estava marcada para segunda-feira (20), mas os advogados do PM mudaram de ideia e chegaram à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)  com seu cliente por volta de 19h.

O depoimento de Fernando terminou por volta das 23 horas e alegou "legítima defesa" para cometer o duplo homicídio. Ele matou a esposa, Maria das Graças da Silva, 23, com quatro tiros, e o primo dele, Gregório Gomes Bezerra, 25, com seis tiros na cabeça. O crime ocorreu na última quarta-feira (20), na Rua Comandante Costa, no bairro do Porto.

Ao delegado Antônio Carlos Garcia, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Fernando disse ter flagrado a mulher e o primo no sofá da casa, trocando carícias. Transtornado, ele teria discutido com o primo, a quem tentou agredir. Na briga, teria percebido que Gregório iria tentar pegar a pistola ponto 40 dele.

Para complicar, a esposa teria surgido  por trás, para tentar segurá-lo. “Então, peguei minha arma (pistola ponto 40) e me defendi. Que eu me lembro, foram dois tiros”, afirmou. 

O laudo de necropsia, no entanto, aponta que Maria das Graças foi executada com quatro tiros e o primo do PM, com seis disparos.

O policial militar contou que tudo começou na noite anterior ao crime, quando ele estava tomando cerveja com a esposa e o primo. A cena teria sido registrada pelo irmão de Fernando (nome não identificado), no final da noite, quando voltou da faculdade e foi dormir nos fundos da casa.

Assim que acabou a cerveja em lata, no início da madrugada, resolveu comprar mais cerveja, só que em garrafa. Fernando esperou a chuva passar para sair e comprar. Como o PM alegou estar sem dinheiro, o primo ficou de pagar. Entregou-lhe o dinheiro e voltou com 10 garrafas de 600ml.

No depoimento, ele contou que, ao retornar, decidiu que não queria mais tomar cerveja e foi dormir. Então, o primo e a esposa do militar ficaram na sala bebendo. Ao acordar, por volta das 5 horas, Fernando encontrou o casal ainda na sala. Disse que estava com fome, mas não tinha comida.

O militar disse para os dois que iria na feira fazer um lanche. Ele viu a esposa no sofá e o primo no quarto. Pela fresta da porta, percebeu que a luz estava acesa. Meia hora depois, Fernando retornou e então, deparou com a cena que resultou em um ataque de fúria e que terminou com a esposa e o primo executados a tiros.

Para o delegado, essa é a versão do militar, que não pode ser confrontada com os demais envolvidos, pois estão mortos. “Trata-se de uma versão para justificar o duplo crime. Uma versão de estar sob forte emoção”, observou um policial plantonista.

Fernando disse que o primo morava na casa desde que se casou, há quase 10 anos, e nunca desconfiou de nada. O PM também apresentou a arma do crime, a pistola ponto 40 que usa no seu serviço. Ele é lotado no 10º Batalhão da Polícia Militar. 

Ele saiu da DHPP indiciado por duplo assassinato e vai responder em liberdade pelo crime.

O delegado Antonio Carlos Garcia explicou que , com a apresentação do acusado, será necessário ouvir testemunhas e também anexar os laudos para concluir as investigações.


Mididanews

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